Libras: tudo o que você precisa saber sobre a língua brasileira de sinais

A língua brasileira de sinais (Libras) é uma das ferramentas mais importantes na inclusão de surdos e ouvintes em todas as esferas nacionais. Isso porque, segundo dados do IBGE, existem mais de 10 milhões de pessoas com algum grau de surdez em todo o país.  Ainda que remonte a políticas sociais do início do Século […]

A língua brasileira de sinais (Libras) é uma das ferramentas mais importantes na inclusão de surdos e ouvintes em todas as esferas nacionais. Isso porque, segundo dados do IBGE, existem mais de 10 milhões de pessoas com algum grau de surdez em todo o país. 

Ainda que remonte a políticas sociais do início do Século 19, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi reconhecida como língua oficial apenas em 2002, durante a gestão do então presidente Fernando Henrique Cardoso.

Por isso, ela é regulamentada pela Lei 10.436/2002 e parte de uma necessidade de mobilização da comunidade de surdos pela validação dos seus direitos.

Mas você sabe como a Linguagem brasileira de sinais (Libras) é aplicada no dia a dia? Qual a importância do seu uso, além da utilização do intérprete nos mais diversos contextos? Confira tudo o que você precisa saber no nosso artigo de hoje. Boa leitura!

O que é libras e qual a sua origem na sociedade?

Libras é a língua brasileira oficial utilizada pela comunidade surda do país. Assim como o português, que é a nossa língua falada e escrita, ela é regida por semântica e léxico próprios. Ou seja, se baseia em algo próximo da gramática tradicional, porém de forma a gerar inclusão entre todas as pessoas que a utilizam como linguagem.

Primeiramente, é importante considerar que, assim como os idiomas falados e oficiais de cada lugar, não existe uma única linguagem de sinais. Em outras palavras, há variações linguísticas entre países, e até mesmo entre regiões dentro do Brasil. Por comparação, é possível observar o mesmo que acontece com o português, que mesmo havendo um padrão geral, tem propriedades que permite palavras e expressões típicas de uma região do Brasil.

De acordo com a lei brasileira, é obrigação do poder municipal e estadual garantir o acesso à inclusão do ensino de Libras. Isso vale tanto nos ensinos de nível médio como no superior.

Para compreendê-la, é necessário perceber que há uma gramática que combina frases e gestos, criando assim, uma linguagem única, primordial para a inclusão e tão importante quanto as outras línguas oficiais de um país.

A diferença entre língua e linguagem e por que a Libras não é universal

Há um erro muito difundido quando se pensa na língua de sinais como uma forma de comunicação universal. Afinal, mesmo sendo criada a partir de gestos, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) não é considerada uma linguagem. Mas você sabe qual a diferença entre língua e linguagem?

Em resumo, a língua é o equivalente a um idioma. Ou seja, abrange palavras, regras de gramática e expressões, e são usadas por um povo. Por sua vez, a linguagem é a comunicação em si, que pode ser verbal ou não verbal, escrita ou apresentada, dentre outros fatores.

Por isso, ao conter uma organização gramatical própria, consideramos a Libras como uma língua. Isso porque, assim como os sistemas de comunicação por sinais de outros países, ela possui regionalidades mesmo quando utilizada dentro de um mesmo idioma. Por exemplo, há países que também falam o português (como Portugal ou Cabo Verde) mas possuem uma língua de sinais própria.

Ou seja, a Libras é a Língua de sinais do Brasil, e pode haver variações completamente diferentes em países em que a linguagem oral pode ser compreendida.

A História por trás da língua de sinais

De acordo com estudiosos, a comunicação não verbal surge antes da comunicação oral. E quando esta transição começa a ser realizada, os surdos ficam excluídos do que se comunicava. Enquanto na Grécia antiga e em Roma havia o que podíamos chamar de marginalização dos surdos, chega-se na Idade Média com a crença de que a alma dos surdos não era imortal, uma vez que não podiam declamar os sacramentos.

Isso começa a mudar apenas na Idade Moderna, com o professor Pedro Ponce de León, considerado o primeiro professor de surdos. Outro nome importante para a causa foi John Bulwer, que se torna a primeira pessoa a defender publicamente o uso de gestos para a comunicação entre surdos e seus ouvintes.

Por último, o professor francês Charles-Michel de L’Épée dedica sua vida à educação de surdos, pois teria sido o primeiro a criar um alfabeto de sinais para que eles pudessem ser alfabetizados.

Contexto histórico nacional na criação da Língua brasileira de sinais – Libras

A partir do método desenvolvido por L’Épée, outro francês, de nome Ernest Huet, chega ao Brasil em 1855 a convite de Dom Pedro II. Com sua chegada, criou-se o Imperial Instituto de Surdos-Mudos. A base deste ensino foi fundamental para a criação da Língua Brasileira de Sinais (Libras), que mesmo derivada da francesa, se fez particularmente própria em terras brasileiras.

Contudo, foi apenas quase um século depois, em 1970, que um método conhecido por Conhecimento Total tentou ampliar a difusão da língua. E foi necessário uma mobilização nas décadas seguintes para que, na Constituição de 1988, houvesse um parágrafo que falasse sobre a educação ampla. E em 2002, uma Lei específica para a causa.

Principais dicas para quem quer aprender a se comunicar por Libras

A Libras é a língua que os surdos devem ter o primeiro contato, ou seja, a língua materna para quem tem problemas auditivos. Além disso, o aprendizado da língua brasileira de sinais (Libras) por quem convive com o surdo, é uma forma de criar interação e inclusão para que ele possa se capacitar como qualquer outra pessoa. No mercado de trabalho, saber Libras deixou de ser apenas um diferencial e passou a ser uma forma completa de comunicação. Por exemplo, durante a pandemia, viu-se a importância do uso de intérpretes, seja para aulas online ou mesmo para eventos transmitidos ao vivo.

Aliás, a exigência de um profissional de libras em repartições e órgãos públicos gerou uma movimentação no mercado que ainda não foi totalmente contemplada. Temos, por exemplo, a língua brasileira dos sinais – Libras como obrigatória em transmissões de campanhas governamentais e discursos de interesse nacional.

Abaixo, listamos 4 dicas essenciais para quem quer adentrar no aprendizado de Libras.

Memorizar os sinais evita erros de comunicação

Por serem os principais meios de comunicação na língua brasileira de sinais (Libras), conhecer e decorar os sinais é importante para que a comunicação seja fluida e assertiva. Quanto mais palavras você memorizar, melhor será a conversa e a possível interpretação. O ideal é começar por frases e palavras genéricas, e ir aprofundando no assunto conforme o aprendizado.

Tome cuidado com as mãos quando for aprender Libras

Assim como na língua falada, Libras possui expressões e palavras próximas. Por isso, observe sempre quem domina o assunto e pergunte quanto tiver dúvidas. Um erro pode fazer com que o interlocutor não te compreenda, então o ideal é sempre esclarecer se suas mãos estão configuradas corretamente para aquele assunto.

Expressões faciais fazem parte do aprendizado

Da mesma forma que, quando falamos o português, há entonação e expressões que acompanham alguns sentimentos, na Língua Brasileira de Sinais, ocorre o mesmo. Ou seja, as expressões podem ter objetivo de enfatizar, caracterizar ou mesmo demonstrar sentimentos. Fique atento a isso e faça com que seu rosto “converse” com suas mãos durante o aprendizado.

Procure cursos livres que aprofundem no assunto

Atualmente, existe desde o curso de Letras com habilitação em Libras até a comunicação assistida, que seria algo próximo a um curso técnico. Porém, se você ainda não sabe como iniciar o aprendizado na Língua Brasileira de Sinais (Libras), os cursos livres são a melhor escolha. Isso porque eles possuem diferentes durações, e podem te auxiliar de forma didática, ainda que você não pretenda fazer disso uma profissão.

No Portal Idea, por exemplo, possuímos 7 cursos dedicados à Libras, do básico ao avançado. Além disso, curso para instrutor e interlocutor de libras, ideal para quem pretende ampliar a comunicação dentro da profissão escolhida.

Conclusão

De acordo com tudo o que abordamos neste artigo, o aprendizado da Língua Brasileira de Sinais (Libras) é essencial para a inclusão e para a educação.

E os profissionais habilitados para tentar as melhores vagas precisam estar preparados para compreendê-la como diferencial em um mercado competitivo e que exige competências cada vez mais amplas.

Por isso, o Portal IDEA aposta em cursos livres, gratuitos e online com foco no ensino de libras, além de outras áreas que te trarão conhecimento e informação.

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